A radioterapia como parte valiosa do tratamento qualitativo do câncer
A radioterapia está sendo cada vez mais aplicada no tratamento de câncer e está se desenvolvendo continuamente em nível tecnológico, mas nem todos sabem o que ela terapia promove. Com base nos artigos da ESTRO (European SocieTy for Radiotherapy & Oncology) e da BRAVO (Belgian Radiation Oncology Awareness and Visibility Organization) dois defensores da conscientização sobre a radioterapia, explicamos por que o tratamento desempenha um papel tão importante no tratamento do câncer.
O estudo e a prática da radioterapia datam de 1895, logo após a descoberta dos raios-x. Naquela época, o tratamento era altamente experimental, mas ao longo de mais de cem anos de pesquisa, a radioterapia alcançou grandes avanços tecnológicos.
Atualmente, a radioterapia é um tratamento seguro e altamente eficaz contra o câncer que atinge e destrói com precisão as células tumorais, fornecendo uma dose de radiação poderosa e, ao mesmo tempo, poupando o tecido saudável circundante.
Neste artigo, discutiremos por que a radioterapia merece mais reconhecimento e por que é uma parte valiosa do tratamento qualitativo do câncer.
1) Há uma necessidade crescente de tratamento eficaz contra o câncer
Em todo o mundo, cada vez mais pessoas são diagnosticadas com câncer, o que resulta em uma crescente demanda por tratamentos eficazes contra a doença. Em 2018, foram estimados 4,23 milhões de novos casos de câncer somente na Europa, e especialistas prevêem que esse número suba para 5,2 milhões até 2040.
A radioterapia poderia ser parte vital do tratamento para mais de 50% dos casos. No entanto, apenas uma em cada quatro pessoas a recebe ou tem acesso a ela. A radioterapia ainda é muitas vezes esquecida como um tratamento de câncer em potencial, embora possa oferecer uma solução para a crescente necessidade de tratamento qualitativo da doença.
2) A radioterapia está evoluindo rapidamente
A radioterapia depende do uso de sistemas computadorizados altamente avançados e automatizados. Nas últimas décadas, os avanços tecnológicos e a pesquisa clínica remodelaram totalmente a forma como a radioterapia é fornecida, o que reduziu significativamente o impacto do tratamento na vida dos pacientes como:
Efeitos colaterais reduzidos: Graças à forma precisa e à entrega cuidadosa dos feixes de radiação, os tumores podem ser controlados e tratados com mais eficácia, com danos limitados ao tecido saudável circundante. Isso resulta em uma redução dos efeitos colaterais.
Tratamento mais curto: Nas últimas duas décadas, o número de frações reduziu para câncer de mama e de próstata porque a radioterapia agora pode ser administrada em menos frações e doses um pouco maiores em um período de tempo mais curto (hipofracionamento).
Tratamento eficaz para mais pacientes: Muitos tipos de câncer podem agora ser tratados com radioterapia como uma alternativa eficaz à cirurgia ou quimioterapia.
Dependendo do tipo de câncer, um plano de tratamento que utiliza diferentes máquinas e técnicas de radioterapia é elaborado para cada paciente:
Acelerador Linear: Um dos dispositivos mais usados é o acelerador linear, que acelera as partículas carregadas para produzir raios X de alta energia. Este feixe pode ser alterado para coincidir com a forma do tumor, de modo que apenas o tecido maligno seja direcionado. O gantry, que fornece o feixe, pode ser girado em torno do paciente. Em combinação com a mesa de tratamento móvel, o tumor pode ser direcionado de qualquer ângulo.
IMRT: A radioterapia de intensidade modulada é uma tecnologia avançada que pode ser combinada de forma precisa com a forma do tumor. Neste caso, a abertura de um colimador coincide com a forma do tumor para poupar os tecidos saudáveis.
IGRT: A radioterapia guiada por imagem é uma técnica em que o tratamento é combinado com exames de imagem antes e, às vezes, durante o tratamento. Com esta técnica, a posição do paciente pode ser corrigida e o tratamento é otimizado para o melhor tratamento possível.
Terapia de prótons: Feixes de prótons precisos são aplicados ao tumor com um ciclotron ou síncrotron. O Bragg Peak, o ponto em que o feixe de prótons libera a maior parte de sua energia, pode ser localizado com muita precisão, afetando apenas o tumor. Além desse ponto, os prótons deixam de emitir energia, minimizando ao máximo os danos ao tecido saudável.
3) A radioterapia é precisa
Muitos passos têm sido dados para tornar a radioterapia mais precisa e exata possível para limitar os danos a órgãos e tecidos saudáveis:
Como discutido acima, as tecnologias disponíveis podem administrar a dose de radiação exatamente na forma do tumor, visando apenas a área afetada. Os pacientes são imobilizados exatamente na mesma posição em cada sessão.
As tecnologias atuais permitem fazer imagens durante o tratamento que detectam o movimento do paciente.
4) A radioterapia é um tratamento seguro
A radioterapia é um tratamento personalizado e individualizado para cada paciente. O tumor é atingido com a dose efetiva mais baixa, o que minimiza o efeito da radiação no tecido circundante. A equipe médica e física segue várias diretrizes de segurança e qualidade para garantir que o tratamento seja o mais eficaz e seguro possível.
A oncologia de radiação usa imagens avançadas para verificar se o paciente está posicionado corretamente na mesa de tratamento e os terapeutas cuidadosamente verificam se a dose exigida é aplicada exatamente na área necessária.
5) A radioterapia pode ser combinada com outros tratamentos
A radioterapia pode ser administrada isoladamente, mas também em combinação com outros tratamentos, como cirurgia, quimioterapia, terapia hormonal ou imunoterapia. Por exemplo, a radiação pode ser aplicada antes da cirurgia para diminuir o tamanho do tumor e/ou após a cirurgia para erradicar o crescimento de células cancerígenas que podem ter permanecido no corpo.
Muitas combinações de tratamento são possíveis nesta abordagem multimodal e cada componente assume seu papel especial para eliminar o tumor e limitar sua recorrência. Isso garante que cada paciente receba o tratamento mais eficaz para seu tipo específico de câncer.
Texto original: https://www.orfit.com/blog/why-radiation-therapy/
Referências:
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